A ansiedade é uma experiência comum, mas que pode se tornar desafiadora quando interfere na rotina, nos relacionamentos ou no bem-estar geral. Como psicóloga com mais de 8 anos de experiência, observo que muitas pessoas buscam formas de gerenciar a ansiedade para viver de maneira mais equilibrada. “A saúde mental é a base para uma vida plena, e aprender a lidar com a ansiedade é um passo essencial nesse processo”, destaca a Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste artigo, exploraremos o que é ansiedade, seus sintomas, causas e, principalmente, estratégias práticas para enfrentá-la, com base em abordagens como a Gestalt-terapia e a neuropsicologia.
O que é ansiedade?
A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações percebidas como ameaçadoras. Ela pode se manifestar como uma sensação de preocupação, nervosismo ou medo, muitas vezes acompanhada de sintomas físicos, como coração acelerado ou suor excessivo. Embora seja normal sentir ansiedade em momentos pontuais, como antes de uma entrevista de emprego, ela pode se tornar um problema quando é persistente ou desproporcional.
Além disso, a ansiedade crônica pode evoluir para transtornos, como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) ou fobias específicas. Por isso, entender seus sinais e buscar ajuda profissional é fundamental para promover a saúde mental.
Ansiedade no Brasil
No Brasil, a ansiedade é uma das principais questões de saúde mental. Segundo a OMS, o país tem uma das maiores prevalências de transtornos de ansiedade na América Latina, afetando cerca de 9,3% da população. Fatores como pressões sociais, incertezas econômicas e estigmas em torno da busca por ajuda psicológica contribuem para esse cenário. Portanto, é crucial abordar a ansiedade com estratégias acessíveis e eficazes.
Sintomas da ansiedade
Reconhecer os sintomas da ansiedade é o primeiro passo para lidar com ela. Eles podem ser divididos em três categorias principais:
Sintomas emocionais
- Preocupação constante ou pensamentos intrusivos.
- Sensação de medo ou apreensão sem motivo aparente.
- Irritabilidade ou dificuldade em relaxar.
Sintomas físicos
- Taquicardia ou sensação de “coração acelerado”.
- Tensão muscular, tremores ou sudorese.
- Fadiga, insônia ou dificuldade para respirar.
Sintomas cognitivos
- Dificuldade de concentração ou sensação de “mente em branco”.
- Problemas de memória ou pensamentos acelerados.
- Expectativas negativas sobre o futuro.
Se esses sintomas persistem por semanas ou interferem na sua rotina, é importante buscar apoio. Como neuropsicóloga, utilizo avaliações para investigar como a ansiedade pode afetar funções cognitivas, como atenção e memória, oferecendo um diagnóstico mais preciso.
Causas da ansiedade
A ansiedade pode ser desencadeada por diversos fatores, que muitas vezes interagem entre si. Compreender essas causas ajuda a identificar o melhor caminho para o manejo.
Fatores biológicos
Desequilíbrios químicos no cérebro, como alterações nos níveis de serotonina ou dopamina, podem contribuir para a ansiedade. Além disso, predisposições genéticas aumentam a probabilidade de desenvolver transtornos ansiosos.
Fatores ambientais
Eventos estressantes, como perdas, mudanças de emprego ou conflitos familiares, podem desencadear ansiedade. Além disso, a exposição prolongada a ambientes de alta pressão, como no trabalho, é um fator comum.
Fatores psicológicos
Padrões de pensamento, como perfeccionismo ou autocrítica excessiva, podem alimentar a ansiedade. Traumas passados ou experiências negativas também desempenham um papel significativo.
Estratégias para lidar com a ansiedade
Lidar com a ansiedade exige uma combinação de práticas diárias, mudanças de hábitos e, em alguns casos, acompanhamento profissional. Abaixo, apresento estratégias eficazes para gerenciá-la.
Pratique a respiração consciente
A respiração profunda é uma técnica simples e poderosa para reduzir a ansiedade. Quando estamos ansiosos, a respiração tende a ficar curta e rápida, o que intensifica os sintomas físicos. Experimente inspirar profundamente pelo nariz por 4 segundos, segurar o ar por 4 segundos e expirar lentamente pela boca por 6 segundos. Repita por alguns minutos para acalmar o corpo e a mente.
Adote a mindfulness
A prática de mindfulness, ou atenção plena, ajuda a focar no presente, reduzindo pensamentos ansiosos sobre o futuro. Dedique 10 minutos por dia para observar seus pensamentos sem julgá-los. Por exemplo, sente-se em um local tranquilo, feche os olhos e concentre-se na sua respiração ou nos sons ao seu redor.
Estabeleça uma rotina equilibrada
Uma rotina que inclua sono regular, alimentação saudável e atividade física é essencial para a saúde mental. Exercícios como caminhada, yoga ou corrida liberam endorfinas, que ajudam a reduzir a ansiedade. Além disso, evite o consumo excessivo de cafeína ou álcool, que podem agravar os sintomas.
Busque terapia
A terapia é uma ferramenta valiosa para lidar com a ansiedade. Na Gestalt-terapia, por exemplo, trabalhamos o autoconhecimento e a conexão com o momento presente, ajudando a identificar e transformar padrões que alimentam a ansiedade. Em meu consultório, ofereço um espaço seguro para explorar essas questões, com atendimentos presenciais em São Paulo ou online.
Fortaleça sua rede de apoio
Converse com amigos, familiares ou participe de grupos de apoio. Compartilhar suas preocupações reduz a sensação de isolamento. Além disso, relações saudáveis proporcionam um senso de segurança e pertencimento, fundamentais para a saúde mental.
Gerencie o tempo e estabeleça prioridades
A ansiedade muitas vezes surge da sensação de estar sobrecarregado. Organize suas tarefas usando listas ou aplicativos de produtividade e priorize o que é mais importante. Dividir grandes projetos em etapas menores ajuda a reduzir a pressão.
O papel da neuropsicologia no manejo da ansiedade
A neuropsicologia pode ser uma aliada importante para entender como a ansiedade afeta o cérebro. Avaliações neuropsicológicas, que realizo em meu consultório, mapeiam funções como atenção, memória e tomada de decisão, que podem ser prejudicadas pela ansiedade crônica. Esses dados ajudam a personalizar o tratamento, seja com terapia, estratégias cognitivas ou, em alguns casos, encaminhamento para outros profissionais.
Por exemplo, pessoas com ansiedade podem apresentar dificuldade de concentração, o que às vezes é confundido com TDAH. Uma avaliação detalhada esclarece o diagnóstico e orienta intervenções específicas.
Ansiedade no ambiente de trabalho
O ambiente profissional é um dos principais gatilhos para a ansiedade. Longas jornadas, prazos apertados e pressões por resultados podem levar ao esgotamento. Para lidar com a ansiedade no trabalho:
- Faça pausas curtas para respirar ou alongar-se.
- Comunique suas necessidades ao gestor, como prazos realistas.
- Estabeleça limites claros entre vida pessoal e profissional.
- Pratique técnicas de relaxamento antes de reuniões ou tarefas desafiadoras.
Empresas também podem contribuir oferecendo programas de bem-estar ou acesso a apoio psicológico, promovendo um ambiente mais saudável.
Quando buscar ajuda profissional?
Se a ansiedade interfere na sua qualidade de vida, é hora de buscar ajuda. Sinais de alerta incluem sintomas persistentes, dificuldade em realizar tarefas diárias ou sensação de descontrole. Como psicóloga, utilizo abordagens integradas, como Gestalt-terapia e avaliações neuropsicológicas, para oferecer um atendimento personalizado.
No meu consultório, localizado na R. Cordeirópolis, 195 – Vila Sonia, São Paulo – SP, 05627-050, ofereço atendimento clínico e avaliações especializadas. Você pode agendar uma consulta pelo telefone (11) 98377-9059 ou pelo e-mail priscila.mr.psico@gmail.com. Para mais informações, acesse https://psicologapriscilaribeiro.com.br/.
Superando o estigma
Muitas pessoas hesitam em buscar ajuda devido ao estigma associado à saúde mental. Frases como “é só relaxar” ou “você precisa ser mais forte” minimizam o sofrimento e desencorajam o cuidado. No entanto, reconhecer a ansiedade como uma questão legítima é um ato de coragem. A terapia não é um sinal de fraqueza, mas um passo para uma vida mais plena.
Além disso, educar-se sobre ansiedade e compartilhar informações com outras pessoas ajuda a combater preconceitos. Quanto mais falarmos sobre saúde mental, mais normalizamos a busca por apoio.



